terça-feira, 12 de novembro de 2024

“Vinho dos Mortos”, por João Carlos Farrapa

por João Carlos Farrapa

Decorria o ano de 1808 , e as tropas Napoleónicas avançavam por toda a Europa,impondo as novas vontades do Imperador Napoleão.

Com uma estratégia de aquisição , absorção e de rapidez , os seus militares  devidamente disciplinados e a sua cavalaria , eram o avanço da nova França por toda a Europa , apoderando -se de património e alimentos para as suas campanhas.



No entanto , chegam a Portugal , não chegam a tempo de aprisionar a família Real Portuguesa, chegando a Lisboa , e ainda conseguindo ver os navios reais a saírem do Tejo , dando alento e origem á expressão de “ficar a ver navios” , mas quando chegam ao Norte , na região do Minho e Mirandela , os populares já estavam avisados da chegada das forças invasoras.

Com tudo isso , utilizaram o processo de esconder os seus bens e mantimentos , de forma original ,e invisível ás tropas napoleónicas , enterrando em covas limpas de Cemitério , e por baixo das barricas existentes nos seus lagares.

Com a saída gradual das tropas francesas do território português , os habitantes retiraram os seus pertences dos locais onde tinham escondido, e , nomeadamente, também as garrafas de vinho que estavam devidamente acondicionadas naquela profundidade.

Para surpresa de todos , os vinhos vinham com tons no sabor bem diferenciados .

Adquirindo propriedades diferenciadas  , e devido ás condições de “envelhecimento e fermentação” provocadas acidentalmente , os vinhos ficaram mais “ricos” e com uma personalidade diferenciada , sentindo-se tons de Baunilha e uma acidez interessante.

Um processo do qual se tem continuidade com alguns produtores das regiões mencionadas  na atualidade, dando uma história verídica ao processo de envelhecimento , e uma identidade cultural ainda atual e contemporânea , com a identidade de “Vinhos dos Mortos “ por serem fermentados em covas especificas para o processo.







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